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19 de abr. de 2010

Decisões que mudam a narrativa



Até as suas decisões mais insignificantes podem mudar tudo. Esse é o lema do novo jogo, Heavy Rain, da Quantic Dream para Playstation 3. Em um clima de um thriller de assassinatos, ele conta a história de quatro protagonistas envolvidos com o misterioso Origami Killer, um assassino em série que sequestra e mata suas vítimas afogadas com água da chuva, e deixa de "lembrança" uma figura origami junto ao cadáver. Ethan Mars é o pai que está tentando salvar seu filho de ser a próxima vítima, Madison Paige é uma garota misteriosa que ajuda Mars, Norman Jayden é um policial do FBI e Scott Shelby é um detetive particular. Todos estão atrás de pistas que possam levá-los ao Origami Killer.

Heavy Rain tem um conceito bem atraente, que lembra um pouco outros títulos como Shenmue e Broken Sword. O jogador tem que interrogar pessoas e investigar os cenários à procura de qualquer pista que possa ajudar a salvar o filho de Ethan Mars. A experiência do jogo é interessante, já que ele se desenvolve baseado nas decisões que você toma em cada momento. Você acaba escolhendo quem morre ou quem vive, até mesmo sem querer, e isso pode mudar completamente o desfecho da história. Heavy Rain tem 18 finais diferentes, característica não muito comum entre maioria dos jogos no mercado.

A jogabilidade é em terceira pessoa e as ações são feitas por meio de comandos que aparecem na tela. A movimentação pode ser um pouco confusa no começo, mas fácil de se acostumar depois de algumas horas. Para quem acha que Heavy Rain deve ser bem parado, o que é típico de jogos neste estilo, está enganado. Há muita ação e muitos momentos de tensão onde o jogador é forçado a pensar rápido e fazer combinações de botões para executar uma ação. Sempre com a sina de que tudo aquilo trará consequências no decorrer da história.


Os pontos fortes deste game são sem dúvida a narrativa, o clima e os gráficos. Ele é quase que um filme interativo. A Quantic Dream optou capturar todos os detalhes e características dos personagens com atores de verdade. É muito impressionante e real. Heavy Rain tem uma história bem envolvente, seus personagens são bem construídos, principalmente Ethan Mars, o pai que faria de tudo para conseguir salvar seu filho.

O game, como a maioria dos lançamentos da nova geração de consoles, é relativamente curto. Duas tardes investidas e consegui fecha-lo. Ele é bem straightfoward, ou seja, você não "empaca", não há como enrolar. Claro que isso faz parte da trama, já que restam poucas horas para conseguir encontrar o garoto sequestrado ainda com vida. Independente disso, vejo como uma qualidade e um defeito. Qualidade porque não há como enjoar e desistir no meio do caminho, e defeito porque tira um pouco a liberdade do jogador, caracteristica típica de games neste estilo, e algo que sempre valorizo muito. De qualquer forma, é um jogo muito bom, voltado para o público adulto (ele contém cenas de nudez, violência, uso de drogas e etc), por isso o jogador deve buscar muito mais do que "apertar botões e matar todo mundo". Aqui, acima de tudo, é a narrativa que prevalece.

15 de abr. de 2010

Um pouco de talento para sua geração


Um violão e um microfone. Não precisa de muito mais do que isso para Laura Marling nos emocionar com suas canções. A inglesa, de apenas 20 anos e faz sucesso em seu país desde os 17, chama atenção de todos pela tamanha maturidade de suas composições. Ela lançou este ano seu segundo album, I speak because I can.

Descobri a srta. Marling no começo de 2008 por meio de outra banda: Mystery Jets, onde ela fez uma participação em uma música, Young Love. No momento que ouvi aquela voz procurei saber quem era e me deparei com músicas como Ghosts, New Romantic e My Maniac and I, que são de seu album de estréia (Alas, I cannot Swim). É impressionante que uma garota de apenas 17-18 anos escreveria letras tão poderosas. Principalmente porque meninas nessa faixa etária cantam imbecilidades como o quanto gostaram de beijar outra garota.



Quando pensava que Laura dificilmente conseguiria fazer outro album que fosse ainda melhor do que o de estréia, ela surpreende e mostra que tem talento. Seu sucesso não é por acaso. Se em Alas, I cannot Swim ela era apenas uma menina cantando histórias de seus primeiros amores, em I speak because I Can, Laura se transforma em uma mulher de verdade. Minhas faixas preferidas são Devil's Spoke, Alpha Shallows e Darkness Descends.

Se passaram quase 3 anos desde aquela primeira apresentação no programa do Jools Holland e a cantora faz você sentir esse amadurecimento em suas músicas. Simplesmente magnífico, com certeza entrará na lista de muita gente como um dos melhores lançamentos de 2010. Em uma geração de Katy Perrys, Lady Gagas, Miley Cyrus e Taylor Momsens, Laura Marling será uma das minhas fugas para música de qualidade.
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