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25 de jul. de 2010

A melhor série que você não assiste!


Hoje uma das séries mais aclamada e premiada dos últimos anos está de volta na programação norte-americana para a sua 4ª temporada. Criada pelo escritor e produtor de The Sopranos, Matthew Weiner, Mad Men não é uma série que ganhou muito reconhecimento do público, pelo menos no Brasil. No orkut, por exemplo, a maior comunidade da série não passa de 5 mil membros, enquanto outras séries como True Blood e Dexter ultrapassam a marca de 120 mil pessoas.

É um fato curioso, já que a série é a grande ganhadora de prêmios importantes como o Globo de Ouro e Emmy nos últimos anos. Sendo que a associação dos jornalistas estrangeiros de Hollywood deu o Globo de melhor série dramática para Mad Men nas últimas três edições (2008, 2009 e 2010).

Mas, então, por que quase ninguém vê este seriado? É simples. Todo programa de televisão precisa ter uma premissa que chame a atenção. Por exemplo, você assistiria a uma série sobre um acidente de avião que levou estranhos a uma ilha misteriosa? Ou sobre uma sociedade aonde vampiros "saíram do armário" e convivem com humanos? Ou sobre um serial killer que trabalha na polícia? E sobre uma agência de publicidade nos anos 60? Pois é, Mad Men não tem uma sinopse muito atrativa. E aliada a falta de marketing por conta da própria AMC, canal de televisão que transmite a série nos Estados Unidos - só para se ter uma idéia, a 4ª temporada não ganhou um vídeo oficial sequer, eu pelo menos não vi, esta pequena jóia passa quase despercebida pelo público.


Afinal, sobre o que é Mad Men? Apesar do nome sugerir, não é uma história sobre loucos. A palavra Mad vem de Madison Avenue, local badalado pelas agências de publicidade em Nova York. O foco da trama está em Donald Draper, diretor de criação da agência Sterling Cooper, e nas pessoas fazem parte de sua vida dentro e fora do escritório. Você provavelmente já está bocejando. Acontece que Draper, interpretado de forma encantadora por Jon Hamm, é um homem misterioso, com segredos dos quais ele mantém longe de sua família e seus colegas de trabalho.

A série aborda a vida e comportamento nos anos 60, em uma sociedade machista aonde a hipocrisia e as aparências são a alma do negócio. O talento de Matthew Weiner e seus roteiristas é traduzido em um ambiente sessentista muito bem detalhado regado a muito cigarro, bebida e sexo. Tanto que, muitas vezes, o telespectador se sente assistindo a um filme daquela época, além de fatos marcantes como a crise dos mísseis cubanos e a morte de John F. Kennedy são inseridos na trama. Como é de se esperar, Mad Men também tem um elenco muito forte, e não só o masculino! As mulheres marcam presença e são destaque no enredo.

Não vou mentir, até abril deste ano, também era incluída na massa que não assiste a este excelente programa. Pelos motivos que citei acima, também nunca sentira vontade em conferir o auê em torno da série. Devo dizer que a trama é meio lenta no começo, não parece muito atraente, somente lá pelo 7º episódio que as coisas esquentam um pouco mais. Mas assista, vale a pena, pois uma vez que você conhece melhor os personagens, a história é viciante.

21 de jul. de 2010

Nada se cria, tudo se copia





Este poderia ser o slogan da Sony no mundo dos games. A empresa vem copiando sua principal concorrente, a Nintendo, há anos. Chega a ser cômico. Qualquer novidade lançada pela empresa japonesa, meses depois temos a versão para o Playstation. Foi assim com o botão analógico, com o rumble pak e, mais recentemente, com o controle sensível ao movimento... Mas como não sou fã xiita da Nintendo, pelo contrário, possuo um Playstation 3, e não sou contra a essa política, podemos dizer assim, da Sony. Já fui membro da comunidade do orkut sobre o assunto, mas hoje tenho uma visão mais aberta.

A empresa responsável pelo Playstation pode até ser acusada de copiar sua concorrente, mas, honestamente, o que ela faz é dar um upgrade na idéia alheia. Semana passada joguei um pouco do game exclusivo da Sony, Modnation Racers, que segue a linha de Mario Kart, clássico da Nintendo. Sem ter estrelas que se destaquem na marca, como é o caso da turma do Mario Bros., Modnation aposta na criatividade do usuário para montar seu próprio personagem, karts e pistas de corrida. Utilizando de ferramentas parecidas ao do jogo Little Big Planet, grande sucesso exclusivo da família Playstation.


A parte mais legal é que o jogador tem total liberdade para criar o personagem que imaginar. No modo online, você pode até baixar para seu videogame as criações de outras pessoas. E são muitas! Tem todo tipo de personagem. Desde o próprio Mario, até super-heróis como Homem de Ferro e personalidades como o presidente dos Estados Unidos Barack Obama!

Modnation Racers é completo e perfeito para fãs de corridas de kart. Vai ser difícil enjoar de jogar, pois o game vai até onde sua criatividade deixar. Além de modos onlines para competir com amigos e qualquer pessoa da PSN (Playstation Network). Os adeptos da Nintendo poderão até ter mais motivos para odiar o Playstation, mas não se pode negar que Modnation Racers elevou o padrão de jogo a outro patamar e, agora, faz até Mario Kart parecer coisa do passado.

E agora, Lindsay?


Crescer no show business não deve ser fácil. Principalmente para atores mirins, que precisam, desde muito cedo, ter responsabilidades de gente grande, como cumprir horários de filmagens e divulgações na mídia. Pior do que isso, eles têm que conviver, muitas vezes, com os maldosos olhares de câmeras dos paparazzis e do público. Some-se isso a falta de estrutura familiar e más influências de "amigos", e temos notícias de jovens astros enfrentando problemas com drogas, álcool e com a justiça.

O caso mais comentado nos últimos dias é o de Lindsay Lohan. A atriz de 24 anos recebeu a notícia de que iria passar 90 dias na prisão por violar sua liberdade condicional aos prantos na semana passada. Ontem ela começou a cumprir a pena, mas deve passar no máximo 14 dias na cadeia por causa de super-lotação.

Lohan não é a primeira e, infelizmente, não será a última atriz que começou uma carreira precoce no cinema e se deixou levar para o lado negro da fama. A pergunta que fica agora é o que será de Lindsay? Será que ela consegue dar a volta por cima ou será que essa história é apenas mais um traço no desfecho trágico que vem se desenhando na vida da atriz? Claro que ninguém é vidente e não temos essa resposta ainda. Porém, esse "caso Lohan" me fez lembrar de outros atores que também viveram situações parecidas, alguns conseguiram recuperar o prestígio, outros não.


Macaulay Culkin e... por onde será que ele anda? -  Dificil fazer uma lista de atores mirins problemáticos sem contar com a presença da estrela do clássico infantil Esqueceram de Mim. Culkin também foi parar em um tribunal, porém o motivo era uma disputa de seus pais sobre quem deveria tomar conta da carreira e da fortuna do filho prodígio.

Com progenitores tão maus-carateres, o destino do pequeno astro não poderia ser outro. Lembro-me quando perguntava para o meu irmão mais velho o que havia acontecido com Macaulay Culkin e ele dizia que o ator tinha "virado drogado". Claro que naquela época não tínhamos a internet ou outro meio de obter qualquer novidade sobre o ator. Cresci com essa idéia, porém aparentemente depois tantos problemas pessoais o ator escolheu se exilar de Hollywood. 

Depois de anos sem aparecer na mídia, ele voltou a ser notícia em 98 quando, aos 18 anos, se casou com a atriz Rachel Miner. O casal se separaria dois anos mais tarde, mas os dois participaram do clipe para música Sunday, do Sonic Youthmuito exibido na MTV. Em 2003, ele interpretou um usuário de droga e assassino em Party Monster. O filme causou um pouco de barulho e também contou com Marilyn Manson no elenco. No ano seguinte, ele participou da comédia Saved!, e em setembro de 2004, Macaulay foi preso por porte de drogas. Desde então, o ator participou de poucos filmes e, novamente, caiu no esquecimento.


River Phoenix, Brad Renfro e a morte prematura - Muita gente dá como certo que, se Lindsay continuar abusando das drogas e do álcool, ela terá um destino muito parecido ao desses dois promissores atores. O primeiro, River Phoenix, alcançou o estrelato aos 16 anos em Conta Comigo, de 1986. Dois anos mais tarde ele atuou em O Peso de Um Passado, filme no qual foi indicado ao Oscar de melhor coadjuvante.

Phoenix agradava a quase todo mundo tanto nas escolhas de seus papéis, nos quais sempre tinha interpretações memoráveis, quanto no seu estilo de vida de ativista e personalidade que fugia os padrões de Hollywood. Sua morte precoce por overdose, aos 23 anos, foi considerada uma grande perda para a comunidade do cinema.


Já Brad Renfro não usufruiu de tanta fama. Contudo, sua trajetória também foi marcante. Para quem não viveu os anos 90 e a época em que as videolocadoras eram os nossos únicos termometros para o sucesso de um filme, talvez você nunca tenha visto ou ouvido falar em O Cliente. Lembro-me quando meus pais alugaram a fita. A adaptação do livro de John Grisham não é nenhuma obra-prima, mas é um longa que marcou minha infância. O garoto que era um dos protagonistas, ao lado de Susan Sarandon e Tommy Lee Jones, tinha apenas 12 anos. Foi o primeiro trabalho de Renfro no cinema.

Mais tarde, ele estrelou A Cura e O Aprendiz, duas fitas também muito alugadas e comentadas na época. O ator norte-americano caminhava para uma carreira sólida, mas envolvimento com drogas traçou uma linha de altos e baixos em sua vida. E foi um dos maiores obstáculos para sua carreira despontar no cinema. Ele foi preso várias vezes por porte de drogas e, conseqüentemente, foi encontrado morto por overdose aos 25 anos.


Anthony Michael Hall, de astro a pequenas pontas - Os anos 80 foram recheados de jovens atores que anos mais tarde viriam a ser protagonista de escândalos. Talvez um dos exemplos mais clássicos de uma carreira desperdiçada é a de Anthony Michael Hall. A fama veio com os filmes dirigidos por John Hughes, como Gatinhas e Gatões, Mulher Nota Mil e O Clube dos Cinco, e se estenderia ainda por Garota Rosa-Shocking e Curtindo a Vida Adoidado, mas o ator rejeitou os dois papéis para não ter a carreira estereotipada. 

A colaboração de Hall e Hughes foi elogiada por Stanley Kubrick. O próprio chegou a contratá-lo para o papel principal de Nascidos para Matar, mas pouco tempo depois o demitiu, pois Michael Hall era muito reclamão. No final dos anos 80, o ator entrou para uma clínica de reabilitação para tratar do alcoolismo. E, depois disso, ele vem apenas fazendo pequenos papéis em filmes de sucesso, como em Edward Mãos de Tesoura e em O Cavaleiro das Trevas. Ele também foi protagonista da série de sucesso moderado Dead Zone.


Drew Barrymore, atriz, produtora e diretora - Apesar do Google sugerir que ela morreu, Drew Barrymore está viva e indo muito bem, obrigado! Claro que não são só de tragédias que vivem as histórias reais em Hollywood. E Barrymore é uma que conseguiu vencer os vícios e escândalos, e hoje amadureceu para uma carreira versátil na sétima arte. Será que Lindsay conseguirá trilhar um caminho parecido?

A atuação corre nas veias de Drew, sendo seu avô o mais famoso dos Barrymores. Ela começou muito jovem no cinema, chamou atenção por sua atuação no filme E.T., clássico do Spielberg, e, com apenas 12 anos, já era considerada uma estrela. Mesmo ainda criança, Drew tinha cacife para entrar nas festa mais badaladas da época, aonde começou a beber e usar drogas ilícitas.

Drew Barrymore conseguiu vencer a batalha e, aos poucos, foi recuperando o prestígio com o público e crítica. O auge da carreira sóbria foi conquistada com o sucesso de As Panteras. Nos anos seguintes, a atriz investiu em comédias e também fez bonito como produtora -ela foi um dos principais nomes na produção do filme cultuado Donnie Darko. Em 2009, estreou na direção de um longa com a comédia Garota Fantástica.


Robert Downey Jr., de bad boy a mega-star - Há alguns anos nem o mais otimista diria que este ator seria, hoje, um dos maiores nomes da indústria. Sim, o Homem de Ferro teve primeiro que vencer seus vilões internos antes de viver o super-herói da franquia milionária. Robert Downey Jr é filho de um cineasta e, por isso, começou a atuar desde criança.

Despertou o interesse do público em filmes adolescentes dos anos 80, aonde fez pequenos papéis em longas dos atores Brat Pack, incluse em Mulher Nota Mil com o amigo Anthony Michael Hall. O sucesso veio com sua interpretação do mito do cinema, Charles Chaplin, papel pelo qual foi indicado ao Oscar em 1993. Apesar de boas atuações, a carreira de RDJ ficou marcada nos anos 90 por sua dependência de drogas e várias idas e vindas a tribunais de justiça e clínicas de reabilitação.

O resto da história todo mundo conhece: Robert Downey Jr deu a volta por cima em grande estilo. Recomeçou atuando em pequenas produções, mas logo o carismático ator alcançaria status de astro com O Homem de Ferro e com a sua atuação indicada ao Oscar de melhor ator coadjuvante em Trovão Tropical.

Impossível dizer o que o destino reserva para Lindsay Lohan. Principalmente com esse circo da mídia que a cerca. Mas seria uma boa se atriz parasse para pensar um pouco mais sobre sua carreira e seu estilo de vida. Exemplos ela tem, basta escolher.

17 de jul. de 2010

Entre atuar e cantar


Atores que querem ser cantores e músicos que se aventuram na arte dramática não é novidade. Há tempos artistas vem tentando cruzar a ponte entre os dois lados do entretenimento. Algumas investidas são boas surpresas, outras, bem, nem tanto. Para ficar em exemplos recentes, posso dizer que a voz rouca de Scarlett Johansson arranhou nossos ouvidos quando achou que sabia cantar e lançou um album em 2009, fruto de uma parceria com o músico Peter Yorn. E a excêntrica Zooey Deschanel gostou tanto de cantar ao lado de M.Ward que lançou, este ano, o segundo album de sua banda folk indie, She & Him.



Outro que também tirou férias de Hollywood para formar uma banda é Ryan Gosling. O ator foi a grata surpresa dos indicados ao Oscar a melhor ator em 2007. Apesar de não ter vencido o prêmio sua atuação crua e realística em Half Nelson (um absurdo nunca ter sido lançado no Brasil) foi uma das mais memoráveis da década passada. O talento do jovem ator, que trabalha na meca do cinema desde criança, foi novamente reconhecido no ano seguinte com indicações ao Globo de Ouro e SAG Awards pela performance no ótimo A Garota Ideal. Porém, depois disso, Ryan sumiu do mapa.

Esse "sumiço" se transformou na banda Dead Man's Bones, que teve seu album de estréia lançado no final do ano passado. Confesso que sou fã do ator e, quando fiquei sabendo que ele tinha dado um tempo na carreira para se dedicar à música, recebi a notícia sobre a banda com um pouco de amargura. Afinal, gosto é de vê-lo atuando. Muito por causa disso, decidi, então, ignorar a existência do Dead Man's Bones. Mas para minha felicidade resolvi ouvir algumas músicas no começo do mês e fui hipnotizada pelo som da banda.


Inicialmente a proposta de Gosling e Zach Shields era compor uma trilha sonora para uma peça de teatro. Mas por algum motivo isso não deu certo e eles resolveram gravar o album como banda. Duas características são marcantes em Dead Man's Bones. A primeira o próprio nome sugere. Traduzido como Ossos de um homem morto, o som traz um ar meio fúnebre, com canções sobre fantasmas e monstros. E eles têm êxito, pois realmente as músicas podem muito bem embalar qualquer festa de halloween descolada. Contudo, o que realmente faz o som da banda de Ryan Gosling algo delicioso é o coral de crianças presente em quase todas as faixas do album.

Meus destaques vão para as músicas: My Body's a Zombie for You, In The Room Where You Sleep, Dead Hearts (o único video clipe lançado até o momento), Pa Pa Power e Paper Ships, estas duas últimas com um ritmo um pouco mais "alegre" que as outras. O estilo da banda é comparado ao Arcade Fire e ao projeto da vocalista do Yeah Yeah Yeahs, Karen O and The Kids, ouça por você mesmo:


Ryan Gosling está de volta às telas esse ano com o lançamento de vários filmes e, mais uma vez, está recebendo muito elogios por sua atuação ao lado de Michelle Williams em Blue Valentine. Fala-se até em Oscar. Fico feliz com sua volta, mas com certeza não ficarei mais tão triste se ele resolver, algum dia, dedicar seu tempo novamente a Dead Man's Bones.
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